
O quadrinômio da proteção animal
Por Feliciano Filho*
Muitas pessoas desconhecem algumas regras básicas que devem ser adotadas para proteger os animais. Ao longo dos anos, pude constatar que somente a boa vontade das pessoas não é suficiente para mantê-los longe do perigo. A experiência acumulada durante esse período permitiu vislumbrar um quadrinômio que pode ser útil no cotidiano se for bem aplicado pelas pessoas. Posso afirmar com convicção que a proteção animal se baseia em pilares formados pela conscientização da população, a castração dos animais, a identificação e a reciclagem - que nada mais é do que a recondução dos animais ao convívio social.
A conscientização da população é um ponto importante da proteção aos animais. Vamos tomar o caso dos cães como exemplo. Muita gente desconhece o perigo de deixar o cachorro sair de casa pela manhã e esperá-lo retornar à noite. Além do risco de contrair doenças, esse animal também pode gerar crias indesejadas. Pior ainda: pode até levar seu dono a responder a processos criminais. Imagine a situação. Uma pessoa é atacada por um animal e decide ingressar com uma queixa na Justiça. Tenha a certeza de que não será seu cachorrinho de estimação o intimado a prestar depoimento diante de um juiz.
Essa conscientização ainda está longe da maioria. É necessário que o assunto receba mais atenção da mídia geral, pois só assim as pessoas conhecerão seus direitos e seus deveres na hora em que levarem um animal para dentro de casa.
Outro ponto é a castração dos animais. Essa medida já deveria ter sido adotada por Estados e municípios, sobretudo quando envolve as populações mais carentes. Em Campinas, a União Protetora dos Animais (UPA) desenvolve há mais de seis anos trabalhos importantes nesse sentido, que poderiam ser estendidos a prefeituras de todo o país. Em um deles, oferece a castração a preços reduzidos para população de baixa renda, ou seja, com renda familiar de até R$ 1 mil. E faz o mesmo serviço gratuitamente aos animais da população carente. Só para ter uma idéia, apenas a cria de uma cadela pode gerar em seis anos, através de seus descendentes diretos e indiretos, até 67 mil cães. Isso não ocorre na prática, porque muitos morrem pelo caminho.
A importância da identificação dos animais também deve ser lembrada por todos. Se o seu animal ainda não tem uma coleira, com seu telefone gravado nela, por favor, vá a pet shop mais próximo de sua casa e providencie isso. É uma ação barata, que pode poupá-lo de dores de cabeça no futuro. É muito mais fácil que colar cartazes em postes, tendo um retorno tranqüilo e certeiro. Se o seu cachorro de estimação amanhã se perder nas ruas, ele será esse identificado e devolvido através dos dados que você informou. Em Campinas (SP), os animais saem de feiras de adoção com essas plaquetinhas, uma tatuagem no abdômen (um código de letras) e ainda têm suas fotos enviadas a um banco de dados. É uma identificação tríplice.
Para encerrar nosso quadrinômio da proteção animal, é fundamental destacar a importância da recolocação dos animais na sociedade. Infelizmente, aqueles que são capturados pelos centros de controle de zoonoses terminam no corredor da morte. Por isso, é muito importante incentivar programas de doação/adoção para reconduzir esses animais a uma família interessada em recebê-los com carinho e atenção. Antes que seja tarde demais. Aí, permita-me dar um conselho: se você está atrás de um animalzinho, não compre. Tenho 20 animais e não paguei por nenhum deles. Vieram parar em minhas mãos através de resgates nas ruas ou após visitas que fiz ao centro de zoonoses. Lembre-se que amigos não se compram, adotam-se.
Agora, se decidir comprar um animal, peça a nota fiscal ao vendedor, um certificado que possa garantir sua origem. A preocupação em torno da proteção animal não pode se restringir a um pequeno grupo de pessoas que dedica suas vidas a essa causa. Faça sua parte e tenha a certeza de que você vai ajudar a salvar muitas vidas.
* Feliciano Filho é deputado estadual pelo PV-Campinas e Terceiro Secretário da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo
Por Feliciano Filho*
Muitas pessoas desconhecem algumas regras básicas que devem ser adotadas para proteger os animais. Ao longo dos anos, pude constatar que somente a boa vontade das pessoas não é suficiente para mantê-los longe do perigo. A experiência acumulada durante esse período permitiu vislumbrar um quadrinômio que pode ser útil no cotidiano se for bem aplicado pelas pessoas. Posso afirmar com convicção que a proteção animal se baseia em pilares formados pela conscientização da população, a castração dos animais, a identificação e a reciclagem - que nada mais é do que a recondução dos animais ao convívio social.
A conscientização da população é um ponto importante da proteção aos animais. Vamos tomar o caso dos cães como exemplo. Muita gente desconhece o perigo de deixar o cachorro sair de casa pela manhã e esperá-lo retornar à noite. Além do risco de contrair doenças, esse animal também pode gerar crias indesejadas. Pior ainda: pode até levar seu dono a responder a processos criminais. Imagine a situação. Uma pessoa é atacada por um animal e decide ingressar com uma queixa na Justiça. Tenha a certeza de que não será seu cachorrinho de estimação o intimado a prestar depoimento diante de um juiz.
Essa conscientização ainda está longe da maioria. É necessário que o assunto receba mais atenção da mídia geral, pois só assim as pessoas conhecerão seus direitos e seus deveres na hora em que levarem um animal para dentro de casa.
Outro ponto é a castração dos animais. Essa medida já deveria ter sido adotada por Estados e municípios, sobretudo quando envolve as populações mais carentes. Em Campinas, a União Protetora dos Animais (UPA) desenvolve há mais de seis anos trabalhos importantes nesse sentido, que poderiam ser estendidos a prefeituras de todo o país. Em um deles, oferece a castração a preços reduzidos para população de baixa renda, ou seja, com renda familiar de até R$ 1 mil. E faz o mesmo serviço gratuitamente aos animais da população carente. Só para ter uma idéia, apenas a cria de uma cadela pode gerar em seis anos, através de seus descendentes diretos e indiretos, até 67 mil cães. Isso não ocorre na prática, porque muitos morrem pelo caminho.
A importância da identificação dos animais também deve ser lembrada por todos. Se o seu animal ainda não tem uma coleira, com seu telefone gravado nela, por favor, vá a pet shop mais próximo de sua casa e providencie isso. É uma ação barata, que pode poupá-lo de dores de cabeça no futuro. É muito mais fácil que colar cartazes em postes, tendo um retorno tranqüilo e certeiro. Se o seu cachorro de estimação amanhã se perder nas ruas, ele será esse identificado e devolvido através dos dados que você informou. Em Campinas (SP), os animais saem de feiras de adoção com essas plaquetinhas, uma tatuagem no abdômen (um código de letras) e ainda têm suas fotos enviadas a um banco de dados. É uma identificação tríplice.
Para encerrar nosso quadrinômio da proteção animal, é fundamental destacar a importância da recolocação dos animais na sociedade. Infelizmente, aqueles que são capturados pelos centros de controle de zoonoses terminam no corredor da morte. Por isso, é muito importante incentivar programas de doação/adoção para reconduzir esses animais a uma família interessada em recebê-los com carinho e atenção. Antes que seja tarde demais. Aí, permita-me dar um conselho: se você está atrás de um animalzinho, não compre. Tenho 20 animais e não paguei por nenhum deles. Vieram parar em minhas mãos através de resgates nas ruas ou após visitas que fiz ao centro de zoonoses. Lembre-se que amigos não se compram, adotam-se.
Agora, se decidir comprar um animal, peça a nota fiscal ao vendedor, um certificado que possa garantir sua origem. A preocupação em torno da proteção animal não pode se restringir a um pequeno grupo de pessoas que dedica suas vidas a essa causa. Faça sua parte e tenha a certeza de que você vai ajudar a salvar muitas vidas.
* Feliciano Filho é deputado estadual pelo PV-Campinas e Terceiro Secretário da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo